A primeira vez que escutei “Paraíso Eu” do Arnaldo Antunes ela ainda não tinha sido gravada por ninguém e não havia maneira de escutá-la de novo depois daquele show da Suzana Salles no idos de noventa e alguma coisa.
Já sentiu dor de saudade de uma música? Eu sofro bastante quando isso acontece (e já me aconteceu várias vezes desde a minha infância).
Naquele momento, eu tinha acesso ao Chico Saraiva, meu amigo e músico que acompanhou a Suzana neste show. Ele me passou os acordes mas não sabia cantar a música de novo pra mim. Ok. Respirei fundo e fiquei com aquele esboço de paraíso guardado na minha memória por anos a fio.
Muito mais tarde (+-2000), eu andava sempre com a demo do meu primeiro cd no bolso. Fiz uma capa provisória pra ele (sou profissional nisso, hahaha) com as cinco canções que já estavam prontas, e carregava essa espécie de “cartão de visitas” pra tudo que é lado.
Num belo dia, estava eu no show da Elza Soares e fui no camarim tietar depois da apresentação. E me deparei assim bem de perto com o Arnaldo Antunes. Ok. Respirei fundo e não perdi a chance: “- Oi Arnaldo coisa e tal, tenho aqui 5 canções prontas do meu cd que está sendo gravado e adoraria incluir uma música sua que eu ouvi há muito tempo e que se chama Paraíso Eu, etc…”
Affff, falei!!! Mas ainda não foi dessa vez. O Arnaldo muito generosamente me mostrou outras canções e “Paraíso Eu” ficou a ver navios porque já estava no álbum da Suzana que seria lançado no mesmo ano. Mas a sorte foi minha! Na fita cassete que o Arnaldo me entregou com as opções de músicas pra eu escolher, tinha uma linda versão voz e violão com ele cantando “Paraíso Eu”. E essa versão serviu de referência para o arranjo que está neste meu novo álbum depois de vários anos de espera. E no meu primeiro cd tive o privilégio de lançar a até então inédita “Na Linha do Horizonte”, uma maravilhosa parceria dele com o Sérgio Britto.
Ok. Respira fundo que tudo tem seu tempo.
Aqui definitivamente: “Paraíso Eu” slide show