“cara, quase nada difere de fato da foto cara” (J.E.Gramani)

A complexa relação entre o conteúdo e a forma. Dois anos pra colocar este meu novo álbum no mundo. Paralelamente às gravações, na mesma época em que estava “indo e vindo’ do estúdio Sound Design, iniciei a pesquisa de imagens para o encarte. De imediato recorri à Inaê Coutinho, fotógrafa extraordinária e a grande responsável pela foto da capa do meu primeiro álbum. Marcamos uma deliciosa e arriscada sessão numa manhã chuvosa no centro de São Paulo. Tive o apoio de uma equipe “nota 10”, e um figurino chiquérrimo…lá estava eu no Viaduto do Chá posando de modelo com um vestido “Carlos Miele” e jóias do “Pedro Brando” na companhia da Inaê e seu assistente; Felipe Bruno produtor de moda;  Priscilla que cuidou da maquiagem; Bruna e Luciane Brando que carinhosamente articularam tudo isso pra mim…um luxo total! (Ah, e já ia me esquecendo da Lola, uma cadelinha mega fofa da Lu Brando…ufa!)

E as fotos ficaram lindas, passei todo o material para o Fernando Horta (sim, meu primo) que é um excelente designer gráfico e pronto: chegamos a um consenso do que poderia vir a ser a capa de “Paraíso Eu”.

Infelizmente foi só depois de tudo isso que eu descobri que não era nada disso o que eu queria. Conversei bastante com o Bruno Bonaventure (produtor musical do disco) sobre novas idéias que poderiam criar um consenso entre a imagem da capa e a sonoridade das músicas etc e tal… Daí até chegar no resultado final assinado pela Dani Luppi foi uma verdadeira novela.  Incluindo um pré-lançamento com capa provisória, uma edição de 100 cópias que foram distribuídas por ocasião de um show no Sesc Pinheiros, em SP. Lembrando que além da Inaê Coutinho e do Fernando Horta, tive também ajuda do William, do Edinho, do Edu Marin e da Mila Santoro. Mas definitivamente foi a Dani Luppi quem acolheu a minha crise de identidade e me trouxe o melhor desenho a partir de uma foto que eu tirei de mim mesma.

Na sequência abaixo, algumas imagens dessa busca e também uma foto da “saga pelo centro” naquela manhã fria e chuvosa de nov/2007. Com certeza tenho estudos de capa para os meus próximos 10 discos. E minha infinita gratidão pela paciência de todos esses queridos artistas que me ajudaram nesse processo de auto-conhecimento, porque no fim das contas, é disso que eu estou falando nesse “Paraíso Todos Nós”.

” é uma foto que não era para capa / era mera  contracara, a face obscura / o retrato da paúra quando o cara / se prepara para dar a cara a tapa”    ( trecho: “A Foto da Capa” –  Chico Buarque )

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4 thoughts on ““cara, quase nada difere de fato da foto cara” (J.E.Gramani)

  1. Oi Lu!

    Gostei muito da capa com traços pretos e brancos, mas a final ficou imbatível mesmo.

    Muito bonito seu blog. Parabéns.

    Abração do seu aluno.

  2. Pois é Gustavo, e foi por “essa e outras” (não era o caso colocar todas as opções aqui) que eu rodei lâmpada até não poder mais. Mas a Dani arrasou na escolha final…agradeço a visita e comentário, beijo procê

  3. Foi um longo caminho, né Lu?
    Nunca chegaríamos num resultado tão bom sem todo esse percurso. Praticamente uma terapia em dupla. =P
    (que orgulhinho desse trabalho) Beijos!

  4. Você me apaixonou com sua música e delicadeza flutuante. Radiante, todo um esplendor do Brasil.

    Fica em contato! Quero conhecer você!
    Beijos e abraços desde o México.

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